Você também odeia seu cubículo?

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Quando cheguei no escritório e me mostraram meu cubículo, meu primeiro pensamento foi de invadir com minha bandeirinha do MST e morar lá para sempre.
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O mesmo tamanho do que eu tinha no Brasil, só que lá eu dividia com mais 3 pessoas. Enóóóóóórme, mesmo se eu pegasse todas aquelas folhas da impressora que ninguém vai nunca buscar eu não conseguiria cobrir minha mesa. Minha cadeira só falta ter massageador (nas costas, viu!). Tem regulagem de tudo em todo lugar (quase todo viu!).
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Tudo era lindo e maravilho mas como tudo que é lindo e maravilhoso tinha uma surpresa, digo várias.
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Já escrevi isso antes. O Canadá é o único país do mundo onde você passa calor no inverno e frio no verão dentro do escritório. Eles são sem-noção para regular a temperatura. Não me espanta que alguns termostatos são fechados com chave (talvez para não deixar ninguém tirar dos 10Cº no pico do verão). As saídas dos dois dutos do ar-condicionado ficam em cima da baia da direita e da esquerda, o que quer dizer que o ar nunca desce direto, ambos dutos jogam o vento encanado em mim (festa para a gripe).
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Não precisa nem falar dos vizinhos arrotões e peidões. Todo mundo já sabe. Essa semana um deles soltou um dos rasgadores (daqueles em que as bochechas da bunda batem palminhas, sabe?) e deve ter se cagado todo pq saiu correndo com pressa em direção ao banheiro. Só desejei que não tivesse papel higiênico naquela hora, FDP!
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A limpeza das mesas até que é boa (uma vez por semana) mas o chão e terrível. Na tomada dá para ver as impressões digitais do último coitado que precisou mexer no computador em relevo em meio ao pó. A coisa é tão feia que quando cai um clips no chão você considera como PT (Perda Total) e pega outro.
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Meu cúbico é infestado de pernilongos durante o verão. As vezes tem 2 ou 3 analisando o menu (eu) ao mesmo tempo, isso quando não fazem questão de atacar seu ouvido, só para você se debater que nem um besta sozinho.
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Meu cubículo tem 3 caixas de bronzeador e um daquelas espirais de citronela gigantes (mosquito coil) que ninguém sabe de onde surgiu, mas ninguém me deixa jogar fora! (Não!!! Pode ser que alguém precise algum dia, deixa ai!) Alguém precisa o cacete! Eu vou usar essa porra! Vou acender a espiral de citronela para espantar os pernilongos e vou passar o bronzeador para fazer bronzeamento artificial no inverno quando o ar-condicionado-micro-ondas estiver em +45Cº.

Eu em Mumbai – (4 de 4)

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Post recém-ressucitado.
Caso você não lembre, por favor releia os outros 3 episódios entitulados "Eu em Mumbai" para que esse dê algum sentido.
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Já leu? Ainda não! Então vai lá, corre. Eu espero…
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Agora sim; Qual é o critério para contratar esse povo? Nenhum! Como eu sei? Por que eu liguei por engano para uma dessas empresas de telemarketing e eles me deram um emprego!

Em Ottawa, foi a primeira e única vaga até hoje vista que exigia o Português. O emprego era de Customer Support para trabalhar de noite e final de semana. Pensei: "Um dinheirinho extra não faz mal, né?" Mandei meu currículo e liguei 2 dias depois para fazer o follow up.
EU - Olá, queria saber se você recebeu meu currículo?
LÁ - Qual é seu nome?
EU - Mauricio V de Almeida
LÁ - Morris what? Mario? Marciano?
EU - Huurfff, M. A. U. R. I. C. I. O.
LÁ – Nós não temos se currículo.
EU – É para uma vaga que exige a Língua Portuguesa, Customer Support, Inbound…
LÁ – Não temos nenhuma vaga com Língua Portuguesa.
EU – Eu não tenho o número da vaga agora (job posting #) mas eu posso pegar e ligar de novo para você e…
LÁ – Você consegue ler em Inglês?
EU – (What a f.) Eu! Sim. (consegui ler o anúncio, não consegui?)
LÁ – Você quer trabalhar no Customer Support da Dell? Nós estamos precisando preencher 10 vagas. Quando você pode começar?
EU – Hummmm, melhor não heim! Deixa para lá então. Tchaaau...

Se esse é o critério, imagine o ambiente de trabalho. Ahhh ia ser tão legal todos juntos almoçando com cheiro de curry no ar… E durante o expediente então, teríamos momentos divertidíssimos ouvindo nossos colegas que conseguem ler o Inglês (mas não falar o Inglês), deixando recados claros e objetivos como ESSE AQUI.

Eu atraio gente louca

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Ok, nao faz sentido falar isso em Toronto, onde a concentracao de loucos eh a mais alta do mundo.

Pesquisas desenvolvidas por empresas de reputacao confiavel - como por exemplo a The Beaver Tales (mantenedora deste blog, by the way) - indicam que Toronto eh a cidade com o maior numero de loucos por habitante quadrado. Ou seja: nao eh questao de atrair, eles estao por toda a parte, e estudos indicam que eles adoram andar de metro, mas ainda nao concluiram o porque. Desconfio que seja alguma parceria com o TTC - or something - mas isso eh assunto para um outro post.


Maaas a historinha deste post nao se passa em Toronto, e sim no nosso famoso vizinho de baixo, quando eu estava trabalhando por la, na Tel*. O que me faz crer que eu atraio, sim, gente louca. Nao sei porque... mas tudo bem.

Estavamos - eu e mais alguns co-workers - na cafeteria da empresa para o nosso sagrado cafe de cada dia, quando chega uma tiazinha na nossa direcao, olhando pra mim:

- Ah eu nunca te vi por aquiiii. - e deu uma piscadinha de olho. Voce veio da onde?

Que raio de pergunta eh essa, pensei!!! Eu ate olhei para tras para ver se ela nao estava falando com uma outra pessoa, mas infelizmente era comigo mesmo.

- Ah, eh, mmm... Eu vim do Canada... porque eu moro la. Eu sou brasileira.

- AAAAAAAHHHHHHHHHHH, do Brasiiiiiiiiillll!

Lembra do Silvio Santos no finado Domingo no Parque, com o famoso: "Voce veio com a caravana daonDE?".

- Pindamonhangaba.

- "AaaaudEtorEo, Oma salva de palmas para PEmdamonhangaba"
.

CLAP CLAP CLAP CLAP CLAP!


Pois entao, a mulher estava mais ou menos assim. E nao era soh com o Brasil, nao.

- Aaaah, e voce? Voce veio da onde?

- Espanha.

- AAAAAAAHHHHHHHH, da Espaaaaanhaaaaaaa!

E assim foi com mais um monte de gente. Parecia que a mulher nunca tinha visto estrangeiro na vida. A tiazinha so parou quando, thank God, alguem respondeu "Eu sou daqui mesmo, eu sou americano". Foi demais pra ela, coitada, saiu decepcionada e nao voltou mais...

Alguns dias depois eu ainda encontrei a tiazinha pelos corredores da empresa, mas ela so deu um sorrisinho e falou um "oi" de longe. Acho que o efeito de sabe-se-la-o-que-ela-tinha-tomado ja tinha passado.

* Nome ficticio para preservar a identidade das empresas que contratam gente louca. Nao julgue, um dia voce pode precisar.
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